Ando sem vontades. Pouca inspiração pra viver. Olho pro céu e desejo que chova. Que caia água. Que molhe a minha rua, a minha casa. Que molhe o mundo. Mas se chove, no exato momento, quero o sol outra vez, brilhando. Ando inquieta de dar dó. Quero amar, mas não quero sofrer. Quero ter e nunca perder. Começo a me perguntar porque as coisas existem. Já indaguei até se ainda vivo. Penso que estou apenas delirando. Posso ser alguém que esqueceu de morrer. Não sei, ando confusa. Me pego caminhando como um robô, mecanicamente. A flor que espalhava perfume nas minhas manhãs, secou na noite passada. Acabo de enterrar meu cão e a minha última canção. Meu melhor amigo desapareceu. Sumiu na estrela da tarde. Em que constelação procuro por ele...Estou cheia de reticências, de pontos de exclamações, de dois pontos que nada explicam. E as interrogações não me largam. Outro dia me percebi entre aspas. Estou atônita e perplexa. O mundo não me surpreende mais. Estou próxima do tédio, do fastio total. Começo a visualizar um interminável desfile de criaturas iguais. É o desmoronamento, sem piedade, das minhas ilusões. Daqui pra frente, será um eterno 'nada mais esperar'. Um insuportável 'rendez-vous' de desgostos e desencantos. O mar me chama em vão. Tudo me parece distante e cansativo. Talvez no final do arco íris eu encontre o pote de ouro...Mas não consigo me afastar dessa interminável imobilidade. Meu coração cresce dez metros e não explode, Drummond!
Oi, Jac, cá estou retribuindo a sua visita.
ResponderExcluirMenina, que "cantinho" gostoso. Vou ficar assíduo.
Quanto aos desencontros ou insatisfações, quem não as tem? O bom é quando a gente consegue dizer isso com palavras escritas.
Um grande abraço.
Ernâni, também gostei do seu 'cantinho'.
ResponderExcluirNós e nossos cantos da alma...
Vivo 'escarafunchando' neles.
Seguimos, então, nos visitando!
Grande abraço pra você também.