Tela de Vincent Van Gogh
Para um amigo querido, que nãoconsegue dissipar as brumas
da sua vida.
Ele queria se levantar, claro que queria.
Mas o peso de suas escolhas, lhe prendiam definitivamente ao chão.
E era um anjo. Um doce e terno anjo.
E sem asas e sem céu e sem poder voar,
não sabia mais o seu lugar.
Vagava na noite por bares sujos e estranhos.
Ao lado, às vezes, de gente que não o conhecia, não o compreendia.
Nos momentos de solidão e vazio insuportáveis, fingia felicidade, se arrastando ao lado de companhias que, sequer por um segundo, poderiam visitar seu mundo.
Mas ele voltava sempre para o seu quarto confuso, onde coisas esquisitas e preciosas, se amontoavam em prateleiras.
Coisas que quando estendia a mão para pegá-las,
desapareciam no fundo buraco negro da sua história.
Ali, de cabeça baixa, entre surpreso e abatido,tentava resgatar a vida que passara.
Mas as lembranças iam e voltavam, desencontradas,
desfocadas pelo tempo.
E era só um anjo que sonhava sozinho.
Que se embriagava todos os dias de sua humanidade.
E assim, sem ombro pra encostar a alma cansada e triste,
chorava os amores que não pudera segurar
e as coisas todas que quebrara.
São tantos os anjos tortos!!!!!!
ResponderExcluirConheço alguns!
Lindo seu texto, super claro!
Beijo
Ala
Obrigada, Ala!
ResponderExcluirVocê achou o texto claro,
porque ele é real.
É uma história de inadequação,
contada em poucas palavras.
Precisaria existir um lugar
especial, uma espécie de 'planeta'
para os anjos tortos...Beijos.
Conheço alguém assim... com um quarto mágico, cheio de coisas significativas e luzes piscando... Ah... um velho piano no canto... Perfeito seu texto. Bj.
ResponderExcluirConheço alguém assim... Com um quarto mágico, cheio de coisas significativas, luzes piscando e um velho piano no canto. São poucos os anjos perdidos mas nos tocam o coração. Bj.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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