A água é que me invadia, entrava pelos meus olhos, pelos poros, me fazia líquida. Lavava a minha casa, inundava a minha vida. As paredes, aos poucos, se cobriam de mofo e tudo ia se deteriorando, saturado de umidade. O pensamento se diluia lentamente, pondo a alma confusa, num emaranhado de musgos. Os fungos se reproduziam em tudo, alimentados pelos minúsculos fragmentos decompostos pelo tempo. E eu já era quase um líquen, um vegetal sobrevivendo, apenas. Nessa forma, conseguia viver nos lugares mais inóspitos, me agarrando em rochas e até em cascas de árvores. A decadência tomava conta do mundo, à minha volta. Era o desfazer-se total. O bolor se instalando. A ruína iminente.
Te abraço.
ResponderExcluirMarcos, até me assustei..mas sou assim..quanto mais feliz estou, melhor descrevo o meu avesso.
ResponderExcluirAbraço carinhoso!