sexta-feira, 12 de março de 2010

Armadilhas do tempo

Salvador Dalí

"Não me iludo
Tudo permanecerá
do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento..."
 Gilberto Gil

O tempo é mágico. E não, não é uma descoberta. Todos nós sabemos disso. Impossível remontá-lo, percorrer os mesmos caminhos. O tempo se dissolve, se desintegra, desaparece na fumaça de nossa lembrança. Transforma-se rápidamente  em algo surreal. Em alguma coisa que vagamente podemos descrever. Lugares que nos pareciam assim, mas já não sabemos se são. 

E os sentimentos? Esses então, mais distantes ficaram. Uma bruma espessa os encobre Não podemos dizer, com exatidão, o que foi gostado ou quanto. Nosso desejo antigo, nos parece irreal.  Não mais alcançamos essa sensação.
É como um objeto que guardamos, muito bem guardado, mas não sabemos aonde. Estamos à mercê desse impostor que nos tritura, nos mói e nos dá as costas.


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