Luis Fernando Veríssimo, que é escritor e jornalista, assina uma crônica na página 'Opinião', do jornal O Globo, todos os domingos. Já me disseram 'Ah, mas ele é filho do grande Erico Veríssimo'. E daí...isso não lhe dá salvo-conduto. Se não tivesse talento, não venderia tantos livros e não faria o sucesso que faz. Claro que 'grandes amizades' ajudam bastante. Mas Veríssimo é muito bom, apesar de eu ainda preferir o pai, o escritor da trilogia O Tempo e o Vento. Lendo sua crônica, do dia 28 de março passado, me descubro encantada com duas referências. Primeiro, com a bonita lembrança da poeta Lara de Lemos, portoalegrense, que hoje mora no Rio de Janeiro. Veríssimo diz ter se inspirado nela, quando escreveu 'Do lado claro'. E eu me inspirei em você, caro cronista. Coisa que todos nós, famosos ou obscuros escrevinhadores de blogs, fazemos. Quando sentamos atrás de nossas máquinas, buscamos um motivo, um tema, uma razão, por mais simples e singela que seja, para escrever. Porque escrever é vital! Tão necessário como respirar.
Vi, naquela tarde de domingo quente e meio macilento, um motivo para acordar e me deparar com uma bela e reconfortante revelação. Compreendi, de repente, porque prefiro não ver ou ignorar certos acontecimentos. A alienação, pode ser mesmo, 'voluntária, deliberada e profilática'. Me encaixei perfeitamente nessa afirmação. Me recuso a comentar certos assuntos. Não porque não me sinta mobilizada ou sensibilizada. Mas porque não quero nem pensar sobre alguns casos. Por mecanismo de defesa, mesmo. Por não querer chafurdar, mesmo que só em pensamento, nessa lama toda. Não vou escrever sobre pai que mata filho, religiosos que abusam de crianças, malucos que se explodem dentro de trens, políticos que usam o povo - desinformado e sufocado em sua pobreza intrínseca e extrínseca - para saciar sua ânsia desmedida e paranóica de poder. Decididamente não. Preciso repetir com Veríssimo, " há momentos em que o desinteressante e o sem nenhuma importância servem como refúgio".
E se me perguntarem, responderei veemente: nada a declarar...
E eu tenho a declarar meu imenso respeito e admiração por Luis Fernando Veríssimo, e com você, Jac, desejar que chova muito e que façam sóis serenos e universais pra fertilizar sempre nossa criação. Um beijo.
ResponderExcluirLulih...
ResponderExcluirAve, Lulih!
Ave, Palavra!
Gosto imensamente de você por essas veredas.
Beijos.