quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobrevivência


quase desisto
algumas vezes

as bocas que falam
e não ouço
os olhos que me espreitam
disfarçados
os passos que dou
de rumo incerto
o mistério das coisas
que se esconde

que eterno martírio será esse

o meu desejo
 inerte e desgastado
e minha vontade
inútil

tudo me cansa
e me desgosta

o tédio das ondas
batendo na areia
o brilho das luzes
se abrindo na noite
 até a beleza
me enfada e me fatiga

tudo parece desnecessário

não sei onde encontrar refúgio
onde esconder a alma
assustada e atônita

preciso ser invisível
pra sobreviver


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em vão



Meus planos
ficam suspensos
no ar

Eles não deitam
no chão

Não os deixo
brotar

São sonhos
só sonhos
em vão