segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Milagre

Quero uma tarde azul 
de milagres
com revoada de flores

Uma tarde feliz
que desenhe no ar
um vôo
uma dança

Quero de novo
ser criança

Visceral


Escrevo com o estômago
algumas vezes
Quando ele está virado pra dentro
contorcido num nó
Meu estômago sente saudade
ama e reclama 
Meu estômago fica vermelho
de paixão
E às vezes
é mais que meu coração
É onde mora
a minha emoção


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Às vezes...


Não fui embora pra Pasárgada. Penso, agora, se irei para Faro  visitar a Praia de Jauari no distante Pará. Tão longe  para mim que vivo no Rio de Janeiro, de frente pro mar, mas ressentida de não estar para sempre entre coqueiros e palmeiras e mar translúcido, batendo em areias desabitadas, perdida em lugares ermos e descampados. Esse desejo estranho e incomum me causa aflição e agonia. Sou assim...Às vezes, preciso dos desertos, dos imensos silêncios, das profundidades abissais aonde nada vou encontrar a não ser a própria imagem refletida nas paredes escorregadias do tempo.
Às vezes sou assim...


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobrevivência


A poesia anda nua
      desenhando 
 espaços
pra sobreviver

É preciso resistir
       ser forte
    insistir

  Por isso na esquina
       porto uma bandeira 
    abraço a vida
  e  me visto de poeta