
Ela ficou louca - dizem - de tanto falar com as nuvens.
Andava por aí, vendo o mundo de cabeça pra baixo,
pondo reparo em tudo, des-consertando as coisas.
Vivia cismada, olhando a ponta
do horizonte.
Insistindo em ver o mundo
de outro jeito.
do horizonte.
Insistindo em ver o mundo
de outro jeito.
As noites... ela queria encurtar, só pra ter manhãs de sol infinitas.
Navegava, certas tardes, no brilho do verde do mar. Inundava o caminho de imagens estranhas, esquisitas.
Se alimentava de desejo de encontros. E na luz das claras manhãs, colhia borboletas que brotavam nos ramos.
Se alimentava de desejo de encontros. E na luz das claras manhãs, colhia borboletas que brotavam nos ramos.
As flores em suas mãos, trocavam de cores quando queriam voar.
E no ar, ela desenhava passos de dança, vozes do vento,
o som das folhas quando caiam.
E sabia de cor, todos os tons do entardecer.
Certo mês, caminhou os dias todos sobre um fio transparente, segurando uma sombrinha invisível. Aprendera a andar sobre a emoção.
E quando a água descia pelos beirais, sua figura irreal deslizava sonhos na ponta dos pés.
Um dia, o luar enamorou-se dela e foram juntos morar.