segunda-feira, 31 de maio de 2010

Transmudar


Eles se amavam com os olhos, com as mãos, com as palavras. Às vezes, nos gestos doces, o amor era como uma suave borboleta. Ia batendo as asas frágeis e delicadas, mal pousando aqui e ali. Amor terno e bom! Em outros dias, se enfurecia como o mar na tempestade. Batia na areia, forte e desafiador. Amor difícil e necessário! Havia outros dias, ainda, que feito um barco na calmaria, boiava num espelho espesso e cheio de sombras. Amor profundo e de contemplação! Em noites que a lua quase mergulhava  na água, dormiam abraçados, num silêncio imenso, sonhando com estrelas cadentes. Amor de paz!  E quando a chuva caia fininha no telhado, cantando uma canção estranha,  as almas trocavam de morada. Os corpos se amavam, mas as almas não sabiam mais a quem  pertenciam.
Elas se casavam na beira do mar. Voltavam com gosto de maresia, encharcadas de felicidade.

4 comentários:

  1. delicadamente bem escrito. muito bonito.
    quem ama sabe!

    abraço

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  2. Amar, pra mim, é um sentimento
    muito delicado! Cheio de sutilezas...
    Gosto demais da sua sensibilidade!

    Obrigada pelas palavras, pelo carinho,
    por ter vindo!

    Bjos.

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  3. Parabéns! Amei o jeito com que fala sobre o Amor.

    Delicadeza pura de amar.

    bjo

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