quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na fragilidade do instante



Sentei para escrever alguma coisa, e aí lembrei que não precisava escrever. Não necessáriamente. E, se quisesse, nunca mais escreveria uma palavra sequer. Lembrei de Rubem Braga..."estou cansado; quero parar, engordar, morrer". Mas as emoções que o olhar e a  alma acrescentam em minha vida, me provocam erupções na pele,
erosões no coração.
Sou um ser aflito, perdido num turbilhão de sensações.
O vento de um novo amor, pode, de repente, me transportar
para o vácuo de um mundo desconhecido.
Então, posso ficar tateando, por tempo infinito,
sem descobrir aonde estou, aonde fica esse lugar
que me põe estrelas no caminho e afasta o jardim
de águas e pedras por onde, sozinha, meditava.
Que surpresa, que espanto me sacode as entranhas.
Posso, nesses instantes de alvoroço emocional, sentir o estômago
em convulsão. Sou um ser virado do avesso.
Mas, sobretudo, sou um ser que estende o braço, num gesto de ternura imensa, querendo tocar o outro.

Sentei para escrever alguma coisa...



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