sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Calmaria



Nesse eterno renascer de manhãs novas e anoiteceres desconhecidos, nunca sei o que fazer. Tudo é inesperado. Estranho a mim, sempre,  mais do que ao outro. Porque de mim, só sei do gesto que foi ontem, da palavra que já se perdeu no canto da boca. Do olhar que amanheceu alegre e que a tarde deitou sombras.

No outro, reconheço e aceito esse existir misterioso e singular. Mas em mim, a alma se arrepia, se revolve e há aspereza no fundo do meu ser. Sou como um lago que parece  calmo de se olhar.

Sem vento forte, sou calmaria difícil de transpor. Um remanso onde as emoções  se espalham e se deixam ficar.
Um lago que parece calmo de se olhar.

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