sábado, 26 de setembro de 2009

Impossíveis encontros

Tela de Wieland Gary

Para onde vão os que nos amam?
Que destino devora quem amamos?

Em suas impossíveis fugas, escalam montanhas
agarrados nas pedras do desespero.

E em agonia percorrem desfiladeiros intermináveis.

Há só um fogo que consome corpo e alma, e farpas e espinhos que arranham para sempre seus corações.

Submergem em águas turbulentas e hostis,
segurando a inútil solidão.

De onde se desprendem esses musgos tão antigos
que sufocam suas gargantas e as estrangulam?

Essas visões de rostos apagados e olhares sombrios,
são fantasmas que os assombram.

São pássaros torcidos, que não voam
e não sabem mais seguir caminhos.

Criaturas perdidas em ruas mortas
e noites escuras sem luas e estrelas.

Esses mortos, ainda vivos, precisam falar e não conseguem...


6 comentários:

  1. Suas Veredas são muito interessntes, e nos atuais Impossíveis Encontros me encanto com tudo o que fica subentendido, tão mais do que o explicitamente dito. Cada leitor faz uma leitura.
    Parabéns!

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  2. Amigo neo-orkuteiro, eu adoro as entrelinhas!
    A não obviedade me fascina!
    Não estar inteiramente e mesmo
    assim estar...
    Venha sempre me visitar!

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  3. Amigo Quinan, tua visita
    é que é maravilhosa!

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  4. 'Esses mortos, ainda vivos, precisam falar e não conseguem...'
    Lindo, e conforme nosso estado de espírito, há várias interpretações... Hoje, por exemplo, há uma.

    meu carinho
    tais luso

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  5. Gosto muito das suas visitas.
    E seus blogs me encantam sempre.
    Meu abraço carinhoso.

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