terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um poema pra García Lorca





Quando um poeta
parte

A vida escurece

Na sua morte
tudo anoitece





Federico García Lorca, foi o poeta espanhol
mais traduzido de todos os tempos.
Nasceu numa cidadezinha próxima a Granada, onde
viveu sua infância nunca esquecida.
García Lorca passou a vida a descrever aqueles anos.
Talvez ele tenha levado para a poesia, a música
que fora a sua primeira paixão.
De seus poemas salta um rítmo e uma sonoridade ímpares.
É quase possível cantá-los. A poesia dele é musical!
Não há como não perceber, lendo seus versos.


"Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas."

Federico García Lorca, desapareceu precocemente,
assassinado pela Guerra Civil Espanhola.


6 comentários:

  1. O céu fica ainda mais triste quando parte um poeta levado pela guerra. Incompatível!

    ResponderExcluir
  2. Penso assim, Márcia.
    E García Lorca era um poeta
    de sensibilidade muito aguçada
    e grande lirismo! Não creio que
    possa ter feito mal a alguém!
    Coisas da vida e suas contradições...

    ResponderExcluir
  3. Jac., tragédias existem, associadas a vultos da literatura (bem como de todas as outras artes, na verdade);
    como Lorca, Euclides da Cunha, e outros nós perdemos para uma morte prematura, imposta por alçguém.
    Ernest Hemingway, Violeta Parra, Torquato Neto e vários outros produziriam mais belezas se não suicidassem.
    Vários poetas romântiocos brasileiros morreram com idade abaixo de 25 anos, como Castro Alves, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo e outros.
    Além dos assassinatos, duelos, suicídios, acidentes e todos os etcéteras, outras obras não se completaram por conta de loucura e outras formas de incapacitação em vida.
    O caso do poeta francês Arthur Rimbaud tem uma estranheza atípica. Ele viveu apenas 36 anos, mas decidiu parar de escrever seus poemas (e eram tão originais, tão apreciados, tão bons) antes de completar 20. Lamentável perda, sem dúvida, seus dezesseis anos de silêncio.
    A inteligência sensível e a estética de um Lorca a meu ver faz mais falta nesse mundo do que quem o matou.
    Boa lembrança.

    ResponderExcluir
  4. neo-orkuteiro, você lembrou muito bem
    o poeta Rimbaud! Dele, nosso grande
    Vinicius de Moraes escreveu..."O maior
    de todos é Rimbaud". E Vinicius consumiu poesia o tempo todo!

    Mas nós sabemos que há vidas que rondam a fatalidade, que se aproximam de tragédias. Ou seriam as tragédias e fatalidades que rondariam essas vidas...? O fato é que esses encontros se dão.

    No caso dos poetas, eles ainda precisam, todos os dias, superar suas sensibilidades exacerbadas. E só isso já seria muito difícil, quase trágico, em alguns casos. Escrevi em janeiro sobre Torquato Neto. 'Na bruma... sozinho'.

    E amigo, infelizmente sobre as guerras,
    os homens ainda insistem em fazê-las.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  5. Lembrei de uma peça que assisti
    com Raul Cortez, em que ele recita
    algumas poesias do Federico Garcia
    Lorca e Fernando Pessoa, tendo ao
    fundo uma música bem suave. O nome
    da peça era "Um certo olhar".
    Inesquecível...

    ResponderExcluir
  6. Jan, quanta saudade de Raul Cortez!
    Está vendo como ficamos mais pobres,
    quando eles se vão...
    Ficamos tristes e pobres, pois
    nenhuma riqueza sobre a terra,
    consola a 'fome e a sede' da nossa alma.

    ResponderExcluir