terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

À janela



O amigo distante vive longe
Perdido na bruma
Desse mundo virtual...

Não lhe conheço o olhar
Não sinto o calor do abraço
Ele não sabe a minha voz!

Das nossas presenças
Não adivinhamos a doçura

Vivemos longe onde
Moram montanhas azuis

Atrás dos potes de ouro
Dos arco-íris no fim

Ouvimos música é certo
Mas ela é doce e triste e irreal

Só a imagem carregamos
para encher nossas ausências!

E de concreto só temos
a palavra e a poesia...

Jac.


prelúdio

- à amiga distante -

"imagino-te em vestido solto
sentada numa poltrona
de meias grossas
e pés na janela
num fim de tarde frio
bebendo poesia e vinho

imagino na tua pele
tons de manhãs
e olhos orvalhados
em pertencimento
e um momento de fingido pudor
quando um verso
se aninha em teu colo
e uma gota de vinho
mancha o tecido
que te emoldura o ventre

falamos de nava...
te ouço em palavras
e canto poemas antigos
- meus versos de procura -
carregando a angustia

imagino tua embriaguez
e também bebo saudade
nas palavras sem sujeição
que espalhas por veredas
- é tua alma na minha –
em atos de amor e desejos

na esquina nova do mundo
a distancia da tua presença
toca com ternura minha emoção
para compartilhar palavras
e a intensidade dos poetas
transgressores, loucos sãos

ouço villa lobos
lembro ovalle e vinícius
e sinto saudades...
quando entrego à amiga
por dito de gesto simples
esse um tipo de amor"

Marcos Quinan

2 comentários:

  1. Jac,

    Me lembrei da nossa amizade neste lindo poema!

    Do nosso fim de semana recheado de sabores, doces memórias...Foi muito bom estarmos juntas e compartilharmos lindos dias de sol!

    Carinho,

    Ana Bousquet

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  2. É mesmo! Sem esquecer a exposição do Vik
    Muniz, que foi maravilhosa!!
    Ficou um gostinho de 'quero mais' do nosso
    final de semana!

    Abraço carinhoso.

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