Carlos Drummond de Andrade publicou no Correio da Manhã, um poema para João Guimarães Rosa. Fazia três dias que
o escritor havia morrido.
Transcrevo aqui, algumas linhas desse poema.
"João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Guardava rios no bolso
E de cada gota redigia
nome, curva, fime no destinado geral.
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
do abracadabra, sésamo?
E se João existiu
de se pegar."
Jac, Guimarães Rosa me é uma lembrança diária... Toda vez que abro meu blog ele me grita: Ave, Palavra!
ResponderExcluirNuma das crônicas do livro Ave, Palavra!, ele fala de um passarinho moribundo que o espiava da beiradinha da morte... nunca mais me esqueci disso e foi aí que me apaixonei por sua sensibilidade, embora tantas outras coisas fantásticas ele tenha escrito.
Enfim, que boa lembrança.
Um beijo pra ti.
Lulih, não se mede o quanto se gosta
ResponderExcluirdesta ou daquela pessoa, assim como de coisas. Gostamos de alguns escritores de forma parecida! Gostamos de ler e esvrever. Isso nos pertence.
Mas Guimarães Rosa era genial! Vivo impregnada do que ele escreveu! E, como você, presto homenagem à ele sempre. A sabedoria que salta de tudo que ele escreveu, é aquela que precisamos todos os dias para viver!
AVE PALAVRA sempre, amiga!