segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sob o luar de abril


Pensamos que somos grandes porque não olhamos o mar.  Pelo menos não o olhamos verdadeiramente. O mar é imenso e faz um barulho eterno. Também não olhamos de verdade para o céu. Nunca pensamos na distância das estrelas, quando olhamos para elas. Ontem, a lua estava imensa, branca e redonda, pendurada na minha janela. Fiquei com receio que ela inventasse de entrar.  Mas nesse instante, pensei...por que ela entraria justamente na minha sala. Só porque nas noites em que ela me aparece inteira, toda feita de madrepérola, fico olhando o céu enfeitiçada...só por isso...

Mas tal qual uma Alice no país dos espantos, fui diminuindo, diminuindo até ficar do meu tamanho. Senti, então, o quanto nada sabemos do mundo. Conhecemos somente nossas aflições e algumas outras coisinhas que estão à nossa volta. Depois dessa reflexão fácil e simples, me veio uma grande vergonha dos meus anseios e vontades e frustrações. Quanto mais eu desejava coisas, mais eu diminuia de tamanho. Fiquei, mesmo, muito pequena. Tão pequena, que já não cabiam mais em mim, meus próprios sonhos.  Me dei conta, então, que  precisava olhar as coisas do mundo com muita atenção, para não me enganar com os seus tamanhos reais. Fui dormir sabendo que eu era apenas um ser pequeno e aflito que sonhava estrelas e namorava luas.


2 comentários:

  1. Jac, me dá um endereço pra lhe enviar um exemplar do meu livro, por favor.
    Sim, pela manhã trabalho numa sala ao lado de uns caras criativos, da área da publicidade. Eles riem bastante. Contagia. Mas às vezes prefiro meu silêncio.
    À tarde trabalho para um candidato a governador. Por isso as promessas.
    À noite trabalho na biblioteca de uma escola. Num mar de livros.
    Sabe, eu também sonho estrelas e namoro luas. Elas nunca me desapontam. Sou feliz com elas e o céu inteiro parece ter imenso amor por meu olhar. Deve ter pelo seu também...
    Um grande beijo.

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  2. Vou lhe enviar..e vou amar!!!
    Caso você não saiba, tenho o seu
    Lugar da Chuva, que leio sempre
    com muita emoção. Histórias do seu
    amado Amapá que, carinhosamente, nossa
    amiga Márcia Corrêa me enviou.

    E querida Lulih, foram as luas e estrelas
    que nos aproximaram!
    Um beijo.

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