segunda-feira, 25 de maio de 2009

A felicidade é como a pluma...não consegue pousar

"Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caía
Toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via..."

Chico Buarque


Sonhava, quando menina,
com mundos mágicos,
onde ser feliz era uma lei!
E os sonhos brotavam do chão
como morangos maduros, prontos para serem colhidos!

Tudo era tão possível e tão ao alcance das mãos, que
bastava respirar fundo para que a felicidade surgisse
e inundasse a vida, iluminasse todos os desejos!
Com o tempo fui aprendendo sobre as ilusões.
Nada sabia delas. foi um longo aprendizado.
Aos poucos e tristemente, fui compreendendo
que não bastava querer loucamente,
era preciso fazer acontecer.

Descobri que não possuia 'super poderes'!
A vida tinha de querer junto comigo.
Mas ela quase nunca queria no mesmo momento.

Muito depois, ela trazia, numa bandeja enfeitada
de flores e perfumada, o meu desejo antigo e tão
ardentemente esperado!

Muito tarde... e a vida, descobria eu, nunca é boazinha.
Ela é uma moça cheia de caprichos e 'birras'.
Ela se dá, mas só depois de percorrer muitos caminhos.
Depois de se esconder e se fazer de sonsa e se valer de
subterfúgios e nos dizer 'talvez', muitos 'talvez'!
Estranha e 'manhosa'. Evasiva, cheia de ardis.
Dissimulada é a vida!

E quando percebe que enfim desistimos, vem correndo
com o nosso sonho e o joga em nosso caminho.

Mas já é outro instante, outro sonho, outro desejo!
Então, muito desapontados, tomamos aquilo
que perseguimos há um tempo atrás, com tanto
interesse e paixão, e não sabemos o que fazer com ele,
onde o colocamos.

E como um inútil e desbotado objeto, o levamos para
a nossa imensa galeria de encontrados e perdidos.
O depositamos com cuidado, em uma prateleira, e
lá o deixamos para sempre!

3 comentários:

  1. Jac,

    A vida de fato não refresca. Está sempre nos colocando no limite das possibilidades: dos sonhos, desejos, caminhos e talvez... Tantos que nos confundem. Mas penso que a maior lição que ela tenta nos passar é que, no limite da dor, da potência vital, que nos deparemos com ela e sem rodeios: a vida como ela é, com suas idiossincrasias e descompasso com o ritmo daquilo que sonhamos.
    E você com sua sensibilidade e lirismo aprendeu e tem aprendido a entendê-la.
    Duelo dos bons, pois para nós, seus leitores e admiradores, só temos a ganhar com suas lúcidas e poéticas reflexões!

    Beijos querida amiga!
    Ana

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  2. Ana, minha tão fiel e constante leitora!
    Minha amiga no mundo real!
    Sempre bem-vinda na minha vida!

    Nós gostamos muito de você!
    Eu e todas as 'outras' que você conhece!

    Beijos!

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  3. Jac, obrigado pelo comentário no meu blog, que bom que você gosta... fico feliz!

    bj

    Daniel

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