O texto caminha. As palavras se movem, tomam outro sentido, outro rumo.
As palavras choram. As palavras riem.
As palavras choram. As palavras riem.
Li que Clarice Lispector escrevia várias vezes o mesmo texto. Que a 'Maçã no Escuro' foi escrita e reescrita onze vezes! Ela precisava saber com exatidão o que estava querendo dizer.
Mas eu nunca soube exatamente o que Clarice estava querendo dizer! O sentido exato de tudo ela levou com ela para sempre.
Mas eu nunca soube exatamente o que Clarice estava querendo dizer! O sentido exato de tudo ela levou com ela para sempre.
Ela nunca fez versos. Nunca rimou. Nunca fez poemas. Mas de tudo que escreveu, salta uma poesia infinita! E ela acabou morrendo asfixiada pela solidão e beleza de suas palavras.
Escrever é como parir. Às vezes é um processo doloroso!
A gente gera palavras e elas têm que nascer!
"Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos."
"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador."
Essa é Clarice. Intensa, densa, angustiada. Perdida ou encontrada no labirinto de seus sentimentos e emoções. Sem pudor algum de tirar os véus, de revelar as profundezas de sua alma.
Jac,
ResponderExcluirAo contrário do que Freud afirmava que o escritor suaviza o caráter de seus devaneios egoístas e nos suborna com o prazer puramente formal, estético, oferecendo na apresentação de suas fantasias, Clarice caminhava em direção do mais recôndito do seu ser, dolorosamente arrancado. E nos revela através da sua incomparável prosa poética!
Agradecemos de joelhos, pois ainda não encontrei eco como ela, com sua envergadura, a rasgar e tecer a alma feminina-humana tão bem!
Que bom encontrá-la aqui, tão bem lembrada por você!!
Adorei o fundo azul...muito lindo!
Beijos querida,
Ana Paula Bousquet