sábado, 3 de janeiro de 2009

A Carmen de Godard






Por estes dias de menos festas que ressacas, aproveitei para rever um filme de Jean-Luc Godard. Que fotografia maravilhosa! Estou cansada de saber, que razões culturais são o principal motivo disso. Mas observando melhor, percebi um detalhe que parece fundamental...a velocidade com que as cenas se desenvolvem! Aquela loucura do cinema americano, não existe no europeu. E embora os ingleses carreguem a fama de fleumáticos, ninguém supera os franceses nisso, quando se trata de cinema. Os filmes franceses parecem poemas que vão se desenrolando lentamente!


Amo cinema francês, para o desespero de quem comigo esteja! Sim, porque a maior parte das pessoas adora os filmes de ação americanos. Eu também gosto! Há alguns muito interessantes! O problema é que aprendo pouco com eles! E se vc só vê isso, acaba ficando meio limitado nessa questão. Muito espertinho, mas sem conhecer e sentir as sutilezas do cinema enquanto arte. Mas eu queria comentar sobre essa Carmen de Godard, que nasceu da ópera de Georges Bizet. Belíssima ópera ( meu filho a pediu no aniversário, aos treze anos ) que conta a vida de uma mulher sedutora e temperamental...isso para ser suave com ela!


Godard já estava, como dizem, pendurando as chuteiras quando resoveu fazer a versão dele. O seu olhar sobre Carmen! As cenas de nudez são tão naturais, tão desprovidas de malícia, tão castas, se assim se pode falar, que quase passam despercebidas! Mas a fotografia que Godard concebe para o filme é fantástica!! As imagens do mar entre uma cena e outra... Eu que gosto tanto do mar...ah! Godard deve amar o mar ! Porque esse elemento da natureza entra só para afirmar sua paixão! Carmen de Godard! Moderna, mas tão malvada quanto a primeira!


Ah...o cinema francês!

Ah...esse eterno enfant terrible!!

2 comentários:

  1. Realmente o filme Carmem de Godard é divino tanto em sua 'trama' como em sua fotografia dirigida pelo grande fotógrafo Francês Raoul Coutard.
    O seu primeiro trabalho como diretor de fotografia foi no documentário 'Le Passe du Diable' de 1958.
    Eu gosto muito da sua visão crítica e ideológica, acho que isso se deve as suas experiências dramáticas e perturbadoras durante o seu tempo de soldado.

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  2. Obrigada Rogério!!
    Mesmo que o assunto seja desprovido de
    grandes pretensões, era isso mesmo que
    eu queria! Que pudéssemos trocar idéias,
    que através de seus comentários, fossem
    possíveis acréscimos!! E Rogério, vc só
    me ensina e me acrescenta!! Bjos.

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