terça-feira, 7 de abril de 2009

Um homem só...


Fotografia de Henri Cartier-Bresson


Não foi o homem que se transformou
em monstruoso inseto.
Não para Paulo Mendes Campos!
Ele fez um inseto acordar um dia, um homem.
Aquela criatura pela manhã, sem consciência do que
acontecera, até tentara voar para
um ôco qualquer de pau.
Mas nada. Tinha agora um corpo pesado e estranho.
Aquele pequeno inseto havia acordado homem!
E agora tinha duas pernas imensas e pressentimentos
e sensações esquisitas.
Percebeu então que pensava! E isso lhe era muito desagradável.
E nesse exato momento, sentiu um cansaço imenso! Percebeu que além de um corpo, tinha agora que carregar uma alma! E um grande tumulto interior se iniciou.
 
"Era um zumbido de idéias confusas e partidas, a exigir do antigo inseto uma teoria geral do universo".
 

É... essa estranha criatura queria entender o mundo! Mas de tudo ele só conseguia ver metades. Nunca a idéia inteira, nunca o sentimento inteiro, nunca a palavra inteira. Só metades! Tudo partido, tudo imperfeito, tudo faltando... E o homem começou a sentir uma certa nostalgia de ser inseto!
E foi exatamente a esse mal-estar, a essa sequência de sensações desencontradas que ele deu o nome de alma. E a alma, que ele não sabia o que era ou onde ficava, teve a necessidade insuportável de abrigar-se na mão de Deus.

E sem Deus, mas precisando de Deus, continuou para sempre, desamparado e só. E sentindo um imenso vazio!

E se deu conta, afinal, de que era apenas um homem. Um triste e infeliz homem olhando o infinito sem poder entendê-lo!



2 comentários:

  1. JAC, estou lendo (tentando) o livro de Richard David Precht: QUEM SOU EU ? E, SE SOU, QUANTOS SOU ? que pretende ser uma aventura nas grandes questões filosoficas da vida. Tem 336 páginas.

    É best-seller na Europa, um livro complexo e árido apesar de bem escrio.

    Mas, logo nas primeiras páginas ele cita Nietsche e o seu livro: Genealogia da moral, na qual afirma:"Nunca nos procuramos;como poderia acontecer que um dia nos encontrassemos?".

    Se eu conseguir chegar ao final do livro , com certeza estarei responderei às suas ponderações deste post.

    Quanto esta nossa extenuante procura de Deus, um livro que lí,final do ano apassado, e foi definitivo até que deixe de ser:A LINGUAGEM DE DEUS de FRANCIS S.COLLINS- um dos mais conceituados cientistas da atualidade, Diretor do projeto genoma mundial, best-seller do The New York Time( que por isto não sei se o qualificaria).

    Lí todo. Reli partes.É absolutamente incontestável.

    Torça, por mim!

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  2. Claro, Paulo!
    Estarei na torcida!

    Quem sabe vc descubra e me revele mistérios
    dessa nossa incrível existência atormentada.

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