Fotografia de Nicolas Biron
"A minha
insônia
é um vasto
mural no
tempo,
composto
de quadros
díspares e
desordenados,
cuja unidade em todo
o cosmos é um
fiozinho
mínimo e
invisível
dentro da noite..."
P.M.C
Por diversas razões não dormimos. Às vezes não queremos fechar os olhos. Simplesmente. O sono vem, mas o ignoramos. Preferimos ler, conversar com um amigo, ver um filme, jogar uma partida de xadrez. Qualquer coisa que nos arranque desse território pantanoso, que nos distraia, que nos afaste do torpor do sono.
Dormir pode significar, muitas vezes, morrer um pouco. Quando estamos dormindo, não estamos vivendo. A vida está ali...mas ao lado. Só os fantasmas habitam nosso sono.
Quando estou dormindo, minha alma se embrenha por pântanos e abismos, vagueia por caminhos desconhecidos, perdidos em uma bruma espessa, por corredores pedregosos, por ladeiras íngremes e ilhas e precipícios.
Pouco reconhecemos do que vemos em nossos sonhos. Olhamos a paisagem e ela é esquiva e distante. O mar não é o mar e o céu em que muitas vezes voamos, é um céu sem nuvens e vazio e nebuloso.
Talvez eu não goste de fazer essas viagens, percorrer essas geografias estranhas. Definitivamente prefiro ficar com os olhos bem abertos, esperando que esses mortos que habitam as noites, resolvam partir assim que a primeira claridade apareça.
Prefiro a companhia dos 'meus' fantasmas particulares!
Já os conheço e, assim, entabulamos longas e intermináveis conversas.
Tramamos uma luta, sim. Eu e o sono...Uma grande batalha em que ele sempre vence. E assim eu me curvo à sua vontade. E é quase já fora de mim, meio entorpecida, carregando os restos do dia que ele me leva para a minha grande e deliciosa cama, onde eu só preciso fechar os olhos. Porque ele já tomou conta de tudo!
Tramamos uma luta, sim. Eu e o sono...Uma grande batalha em que ele sempre vence. E assim eu me curvo à sua vontade. E é quase já fora de mim, meio entorpecida, carregando os restos do dia que ele me leva para a minha grande e deliciosa cama, onde eu só preciso fechar os olhos. Porque ele já tomou conta de tudo!
Jac., vou te contar uma coisa, uma estranheza que acontece comigo às vezes: há sonhos em que eu percebo que estou sonhando. E fico andando pelos caminhos que o sonho me leva, consciente de que daqui a pouco vou acordar. É estranhíssimo, mas muito interessante.
ResponderExcluirUm beijo pra ti.
Lulih...entendo pouco dos sonhos.
ResponderExcluirMas acho que isso acontece quando o sono
fica meio que na superfície. Quando o real
e o sonho estão próximos. Quando vou fundo
no sono, nem consigo lembrar o que sonhei...
De qualquer forma, que os seus sonhos sejam
belos! E se estranhos (eles quase sempre são)
que sejam cheios de luz e bons significados!
E 'conversar' com você, é um grande prazer!
Meu carinho!
Lulih e Jac, já sonhei assim, sabendo de ser sonho aquela vivência. Mas, mesmo nos sonhos sem essa "consciência", vivo intensamente. Acho mesmo que vivo cá e lá com a mesma, ou quase, intensidade. Não luto contra o sono, porque ele me amolece e eu me entrego. Dessas zonas nebulosas trago tantos ensinamentos e lá, também de olhos bem abertos, experimento sensações aqui impossíveis de serem vividas dada a pesada consistência da matéria carne. Bjs!
ResponderExcluirO ruim é quando deitamos a cabeça no travesseiro, com o corpo moído e a mente simplesmente não desliga! Praticamente todo dia demoro muito para pegar no sono, mas também quando finalmente durmo é como uma pedra. Rs!
ResponderExcluirJac querida,
ResponderExcluirAcima de qualquer particularidade que cada uma de nós vivemos através do sono, passo por aqui para te dizer que você escreveu divinamente bem sobre o labirinto da noite, sono, sonhos e dos nossos olhos bem abertos, tentando não deixar escapar a vida que pulsa à noite em que devemos "descansar"!
Lindo texto, mesmo!!
Volta logo!
Beijo carinhoso,
Ana
Queridas Márcia, Aline e Ana!
ResponderExcluirApesar dos sonhos serem surreais, sonhemos!
De olhos abertos ou fechados!
E beijos carinhosos!